terça-feira, 11 de março de 2025

Providência

 

Da confiança na providência provém a mais profunda consolação e incrível tranquilidade mental para os santos. Ela os leva a repousar serenamente no meio de Deus e a encomendar-se inteiramente ao seu paternal cuidado, esperando sempre dele o bem no futuro, não duvidando de que Ele sempre cumprirá o ofício de um Pai para com eles, conferindo o bem e afastando os males; exemplos disso temos em Davi (1Sm 17.37;Sl23.1,4,6) e em Paulo (2Tm 4.17,18). Sentem eles que sob a proteção de Deus (o qual tem todas as criaturas em seu poder), não negligenciando indolentemente pondo neles a confiança, usando-os, porém, prudentemente segundo o seu mandamento, lançam todos os seu cuidados sobre o Senhor (1Pe 5.7) e, em todas as suas perplexidades, sempre exclamam com o pai dos fiéis: O Senhor proverá. (François Turretini)

Inclinados a amar este mundo

Sabendo que somos naturalmente inclinados a amar este mundo presente, Deus emprega meios mais apropriados para evitar que nos apeguemos excessivamente a ele. Nossa mente é tão deslumbrada pelo vão esplendor das riquezas, poder e honra, que ela não pode olhar além deles; e nossos corações estão tão carregados pela avareza, ambição e concupiscência que nossas afeições não podem elevar-se a coisas mais sublimes. Para corrigir este mal o Senhor nos dá prova constante da vaidade desta vida por meio das aflições e angústias que nos sobrevêm. A fim de que não asseguremos de uma paz profunda e duradoura, frequentemente Ele permite que sejamos perturbados por guerras, comoções, assaltos e danos de vários tipos. Para não sejamos por demais ávidos na corrida atrás de riquezas vãs e fugazes, Deus nos reduz à pobreza ou nos impede de amontoar riqueza excessiva mediante vários desastres. E obtemos verdadeiro proveito da disciplina da cruz quando ficamos sabendo que a verdadeira felicidade não se pode achar nesta vida; que todas as suas coisas boas são incertas, fugazes e vãs; e que devemos erguer nossos olhos ao céu se é que queremos conseguir uma coroa de glória. Realmente, nunca possuiremos um desejo sério pela vida do porvir, até que tenhamos aprendido a avaliar corretamente a vida que agora temos. (João Calvino)



quinta-feira, 20 de fevereiro de 2025

Fatalidade

É uma falsidade maliciosa acusar-nos de sustentar o dogma pagão de fatalidade. Os estóicos imaginaram uma "necessidade", surgindo de uma cadeia perpétua de causas sucessivas contidas na natureza; mas não sustentamos tal crença. Ensinamos que Deus é Arbitro e Controlador de todas as coisas, que na Sua sabedoria decretou desde a eternidade o que faria, e agora realiza pelo Seu próprio poder aquilo que Ele decretou. Por conseguinte, asseveramos que não somente o céu, a terra e as criaturas inanimadas, como também os conselhos e propósitos dos homens, são governados pela Sua providência de forma que são por ela dirigidos a um determinado fim.  (João Calvino)

Frutos para a glória de Deus

O homem tem que tornar-se luz no Senhor; quando isso acontece, ele começa a produzir o fruto. Pergunto-lhes: não é a tragédia da Igreja moderna que ela está cheia de obras, de atividade e de ativismo, porém é tão escasso o fruto, este glorioso fruto da luz e do Espírito, que se vê entre nós? Tratemos, pois de ver que os nossos conceitos fundamentais sejam verdadeiros, claros e bíblicos, e tratemos de compreender que somos ramos da Videira verdadeira, e que o propósito a nosso respeito é que produzamos fruto para a glória de Deus. (D. M. Lloyd Jones)

Então falemos

Se ainda não nascemos de novo e ainda não fomos feitos novas criaturas, naturalmente nada teremos para "contar". Porém, se temos alguma coisa para dizer aos outros a respeito de Cristo, então falemos. Não silenciemos, se já encontramos a paz e o descanso no evangelho. Falemos aos nosso conhecidos, amigos, familiares e vizinhos, de acordo com as oportunidades que tivermos, e digamos a eles aquilo que o Senhor tem feito por nossas almas. Nem todos os crentes são chamados para o ministério. Nem todos somos chamados para pregar. Entretanto, todos podemos andar nas pegadas de Felipe e da mulher samaritana (Jo 1.41,45; 4.29). Bem-aventurado aquele que não se envergonha de dizer aos outros: "Vinde, ouvi, todos vós que temeis a Deus, e vos contarei o que tem ele feito por minha alma" (Salmo 66.16). 

J. C. Ryle

Mesmo em seu estado caído

 

Não apenas os não cristãos podem, sob a graça comum de Deus, reter seus próprios bens, verdades e beleza, mas eles também podem realmente enriquecer a vida de cristãos. Contra aqueles "fanáticos" que proibiriam influências seculares, Calvino alega que quando nós desmerecemos a verdade, a bondade e a beleza até mesmo dos não cristãos, estamos acumulando desprezo com respeito à obra do Espírito Santo. Mesmo no seu estado caído, o mundo - incluindo a humanidade - reflete a sabedoria e a bondade, a verdade e a justiça, a beleza e o amor de Deus. (Michael Horton)

O que é pecado?

 

A única definição possível de pecado é que pecado é o que Deus não quer que seja feito. Assim se nós não ajustarmos contas com Deus, não estaremos aptos a lidar com esse conceito; sem reconhecer Deus, podemos - talvez não por muito tempo - falar de maneira significativa de erro e até mesmo de crime, mas não de pecado. (Robert Jenson)

terça-feira, 11 de fevereiro de 2025

Um obstáculo intransponível para a comunhão.

 

"Cremos que tudo o que está na Escritura foi revelado por Deus, mas reconhecemos que nem tudo é igualmente vital. O fundamental e absolutamente necessário para nossa fé, aquilo que naquele mesmo século Richard Baxter chamou de "cristianismo puro e simples", são aqueles temas que se referem À nossa salvação, como as doutrinas afirmadas nos grandes credos da igreja primitiva, a inspiração e autoridade da Escritura, o pecado original, a salvação pela graça por meio da fé somente e a santificação. Outros temas, tais como aspectos da doutrina da igreja ou o milênio, são igualmente importantes, pois fazem parte da revelação, porém não são temas fundamentais para nossa salvação. Em outras palavras, devemos fazer uma distinção entre heresia e erro. A heresia é uma negação do que é essencial para a salvação, tema este que nos distingue como evangélicos. Já o erro e uma negação de algum aspecto da verdade revelada que não é essencial para a salvação. Por isso, a heresia e o erro devem ser evitados, no entanto, somente a heresia deve ser considerada um obstáculo intransponível para a comunhão. (Franklin ferreira - Teologia sistemática)

sexta-feira, 7 de fevereiro de 2025

A base para decisões

"Todas as pessoas têm seus pressupostos, e elas vão viver de modo mais coerente possível com estes pressupostos, mas até do que elas mesmas possam se dar conta. Por pressupostos entendemos a estrutura básica de como a pessoa encara a vida, a sua cosmovisão básica, o filtro por meio do qual ela enxerga o mundo. Os pressupostos apoiam-se naquilo que a pessoa considera verdade acerca do que existe. Os pressupostos das pessoas funcionam como um filtro, pelo qual passa tudo o que elas lançam ao mundo exterior. Os seus pressupostos fornecem ainda a base para seus valores e, em consequência disto, a base para suas decisões" (Francis A. Schaeffer - Como Viveremos)

quinta-feira, 6 de fevereiro de 2025

Evangelização e Soberania de Deus

 

"Se considerarmos que nossa tarefa consiste não simplesmente em apresentar Cristo, mas realmente em produzir convertidos - evangelizando não apenas fielmente, mas também com sucesso - então nossa maneira de evangelizar tornar-se-á pragmática e calculista. Terminaríamos por concluir que nosso equipamento básico, tanto para tratar pessoalmente como para pregar publicamente, deve ser duplo. Precisaríamos possuir não apenas uma compreensão clara do significado e aplicação do evangelho, mas igualmente uma técnica irresistível capaz de induzir os ouvintes a aceitá-lo. Assim sendo, precisaríamos nos esforçar por experimentar e desenvolver tal técnica. E deveríamos avaliar toda evangelização, tanto a nossa como a de outras pessoas, não  pelo critério da mensagem pregada, mas também dos resultados visíveis. E, se nossos próprios esforços não estivessem produzindo fruto, concluiríamos que a nossa técnica ainda precisa de melhoramentos. E caso estivesse produzindo frutos, concluiríamos que isso justifica a técnica usada. Se assim fosse, deveríamos considerar a evangelização como uma atividade que envolve uma batalha de vontades entre nós mesmos e aqueles para quem pregamos, uma batalha cuja vitória dependeria de havermos detonado uma barragem suficiente de efeitos calculados. Dessa maneira, nossa filosofia de evangelização tornar-se-ia terrivelmente semelhante à filosofia da lavagem cerebral. E já não poderíamos mais argumentar, quando tal semelhança fosse aceita como fato, que essa não concepção certa de que seja evangelizar. Pois seria um conceito apropriado de evangelização, se a produção de convertidos fosse responsabilidade nossa." (J. I. Packer -Evangelização e Soberania de Deus)

quarta-feira, 5 de fevereiro de 2025

Necessidade de se esvaziar

 

Enquanto os homens querem ter coisas para serem felizes, Jesus Cristo começa mostrando a necessidade que temos de nos esvaziar. A construção da verdadeira felicidade começa pela desconstrução de nosso eu, nossa pretensa riqueza, referência e escala de valores. (...) Por isso é que a primeira bem-aventurança aponta para a nossa incapacidade. Quando nos sentirmos assim, poderemos ser reconstruídos, restaurados pelo Senhor Jesus. A graça, como a verdade, sempre nos surpreende. Maravilhosa graça! (Hermisten Maia)

terça-feira, 4 de fevereiro de 2025

Bênçãos recebidas e compartilhadas

 👉 "As Escrituras exigem de nós e nos advertem a considerarmos que qualquer favor que obtenhamos do Senhor, o temos recebido com a condição de que o apliquemos em benefício comum da Igreja."

👉 "Temos de compartilhar liberalmente e agradavelmente todos e cada um dos favores do Senhor com os demais, pois isto é a única coisa que os legitima"

👉 "Todas as bênçãos de que gozamos são depósitos divinos que temos recebido com a condição de distribuí-los aos demais"

 (João Calvino - Exposição de Hebreus)

Sinais da aliança

 


Deus indicou o arco-íris como o sinal de sua promessa a Nóe (Gn 17.12-17). Para confirmar a sua aliança com Abraão, ele instruiu a circuncisão (Gn 17.9-14). Ao revelar a sua obra a Moisés, Deus designou o dia de sábado como o sinal eterno entre ele e Israel (Êx 31.13). Davi foi ungido como rei tanto por si mesmo quanto pelos seus filhos (Sl 89.20,29). Na nova aliança, o batismo e a refeição pactual da ceia do Senhor foram estabelecidos por Jesus como sinais da unidade que ele mantém como o seu povo (Mt 26.26-29; 28.18-20). (...) Se você quer ter certeza acerca do que vai acontecer, ou não, no mundo hoje, considere os sinais da aliança de Deus. Eles permanecem indicadores claros dos compromissos de Deus com homens e mulheres. Ele comprometeu-se - e o seu povo está comprometido com ele - com um juramento de vida e morte mediante os sinais da aliança. (Palmer Robertson - Alianças)

Uma colocação no mínimo infeliz

 

"Não contrariar os adolescentes e os jovens por que é preciso segurá-los na igreja" é uma colocação no mínimo infeliz. A mensagem pura do Evangelho contraria a natureza (o homem natural, não regenerado). (...) Devemos fazer o possível para que os não-crentes creiam e permaneçam no Evangelho (sejam feles jovens ou não), mas não devemos baratear o Evangelho. Ele custou a vida e a morte de Jesus Cristo, e vale a nossa vida e a nossa morte. Jesus Cristo ressurreto disse: "Sê fiel até à morte, e dar-te-ei a coroa da vida" (Ap. 2.10). 

Os adolescentes e os jovens crentes não precisam de agrados para se manter fielmente ao lado de Cristo e em Sua igreja. Se forem induzidos À carne por adultos, talvez se deixem levar e apresentem obras da carne. Mas, recebendo sã doutrina e sendo incentivados pelo exemplo da fidelidade e de consagração dos adultos da sua igreja, darão extraordinária demonstração de firmeza, de compreensão e de maturidade cristã. Já vi isso acontecer, graças a Deus! Tais jovens e adolescentes são dignos destinatários das seguintes palavras do apóstolo João, com as quais concluo: "Jovens, eu vos escrevi. Porque sois fortes, e a palavra de Deus permanece em vós, e tendes vencido o maligno" (1 Jo 2.14). (Odayr Olivetti - Consultório Bíblico)

Necessidade de grande importância

 

Essa necessidade de redenção, que é comum a toda a humanidade e que procura satisfazer os adeptos das muitas auto denominadas religiões dos povos é, em si mesma e para o Cristianismo de grande importância. Essa necessidade surge continuamente no coração das pessoas e é mantida ali por Deus. Ela ilustra o fato de que Deus não abandonou a raça humana aos seus próprios caminhos. Ela é uma esperança inerradicável e capacita o homem em sua longa e atribulada jornada pelo mundo a manter-se vivo e trabalhando. E ela serve como um garantia e como uma profecia de fato de que essa redenção existe, e que, enquanto os homens procuram em vão ela é graciosamente dada por Deus. (Hermann Bavinck - Teologia Sistemática)

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