Nunca será demais nossa vigilância contra o pecado de incredulidade. Esse é o mais antigo pecado da humanidade. Começou no jardim do Éden, quando Eva deu ouvidos às promessas do diabo, ao invés de crer nas palavras de Deus: "Certamente morrerás" (Gn 2.17). A incredulidade é o mais ruinoso de todas os pecados, quanto às suas consequências. Esse pecado trouxe a morte à humanidade inteira . Manteve o povo que Israel fora da terra de Canaã por quarenta anos. Esse é o pecado que de modo especial, está lotando o inferno. "O que não crê já está julgado" (Jo 3.18). Esse é o mais insensato e incoerente de todos os pecados. Ele leva o ser humano a rejeitar a mais clara das evidências; ele fecha os olhos do homem diante do mais claro testemunho e leva-o a crer na mentira. E, pior de tudo, a incredulidade e o pecado mais comum neste mundo. Milhares de pessoas são culpadas desse delito. Quanto à profissão verbal, muitas delas se dizem cristãs (...) Mas, na prática, elas são realmente incrédulas. Não creem na Bíblia Sagrada, nem recebem Cristo como o seu Salvador.
Exerçamos cuidadosa vigilância sobre os nossos próprios corações quanto a questão da incredulidade.
O coração, e não a cabeça, é a sede desse misterioso poder. O que torna os homens incrédulos não é nem a ausência de evidências, nem as dificuldades da doutrina cristã. Antes, é a falta de desejo para crer. Eles amam o pecado. Estão presos ao mundo. Nesse estado mental, nunca lhes faltam razões plausíveis para confirmar a vontade que têm de não crer. O coração humilde, semelhante ao de uma criança, é o coração que crê.
Continuemos a vigiar os nossos corações, mesmo depois de havermos crido no Senhor. A raiz da incredulidade nunca é totalmente destruída. Basta que deixemos de vigiar e de orar, e logo surgirá uma grande safra de incredulidade. Nenhuma oração é tão importante quanto aquela que os discípulos fizeram: "Senhor aumenta-nos a fé" (Lc17.5)
(J. C. Ryle. Meditações no Evangelho de Marcos, p.69)
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