Essa é uma das perguntas mais difíceis de responder se pensarmos nela
sob a perspectiva de Deus.
Aqui estamos nós, suas criaturas, que fomos feitas à sua imagem com a
responsabilidade de espelhar e refletir sua glória e sua retidão para todo o
mundo. Nós o desobedecemos vezes sem conta, em todos os lugares e de todas
as maneiras. Ao fazer isso, representamos mal o seu caráter diante de todo o
universo. A Bíblia diz que a própria natureza geme esperando o dia da redenção
da humanidade, porque a natureza sofre com nossa iniquidade (Rm 8.22).
Quando pensamos em como temos sido desobedientes e hostis para com
Deus, nós nos perguntamos o que teria feito com que ele nos amasse tanto.
Em Romanos 5.7, quando Paulo está abismado com o amor de Cristo manifestado
em sua morte, ele diz: “Dificilmente alguém morreria por um justo;
pois poderá ser que pelo bom alguém se anime a morrer. Esse é o tipo de
amor que transcende a tudo que temos experimentado nesse mundo. Creio
que a única coisa que posso concluir é que amar é próprio da natureza de
Deus. Amar é parte do seu caráter intrínseco e eterno.
O Novo Testamento nos diz que Deus é amor (...) Mas quando a Bíblia diz que Deus é amor, essa afirmação não é o que
chamamos de afirmação analítica na qual se pode trocar o sujeito e o predicado
e dizer que, portanto, o amor é Deus. Não é isso que a Bíblia quer
dizer. Ao contrário, o que a forma da expressão hebraica quer dizer é que
Deus ama tanto e que seu amor é tão consistente, tão intenso, tão profundo,
tão transcendente e uma parte tão integral de seu caráter que, para poder
expressar da maneira mais absoluta possível, dizemos que ele é amor. Isto é,
simplesmente afirmamos que Deus é o padrão máximo e definitivo de amor.
R. C. Sproul - Boa Pergunta, p. 8-9
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