Certamente falharíamos gravemente se nos trancássemos em nossas recâmaras pessoais e continuássemos lá, perpetuamente sobre nossos joelhos. A vida possui outras tarefas, e tarefas necessárias; ao atendê-las podemos render adoração mais verdadeira ao nosso Deus. Parar de trabalhar em nosso chamado a fim de passar todo nosso tempo em oração seria oferecer a Deus uma tarefa manchada com o sangue de muitos outros. No entanto, podemos “orar sem cessar” se nosso coração estiver sempre em tal estado que a cada oportunidade estaremos prontos para a oração e louvor; melhor ainda se estivermos prontos para criar oportunidades, se formos perseverantes a tempo e fora de tempo e preparados para adorar e suplicar a qualquer momento. Mesmo que não estejamos sempre voando, podemos ser como os pássaros em alerta para alçar voo a qualquer hora, sempre tendo asas, embora nem sempre as usando. Nosso coração deveria ser como um sinalizador luminoso em prontidão para ser aceso. Quando a invasão era iminente nos dias da rainha Elizabeth I, pilhas de madeira e material combustível eram dispostos no alto de certas colinas, e os vigias permaneciam preparados para acender as pilhas ao menor sinal de navios inimigos no horizonte. Tudo estava em prontidão. O montão não era feito de madeira úmida, nem precisavam correr em busca de combustível, mas este aguardava apenas o fósforo. O sinal de fogo não queimava sempre, porém estava sempre preparado para atirar suas chamas. Vocês já não ouviram: “A ti, ó Deus, confiança e louvor em Sião!”? Então, que nosso coração esteja preparado para ser incendiado com louvor por somente um vislumbre dos olhos do Redentor; que esteja em chama com adoração prazerosa com apenas um toque daquelas queridas mãos perfuradas. Em qualquer lugar que estejamos, que possamos estar trajados com a vestimenta da reverência e prontos para unir-nos, a qualquer instante, ao trabalho angelical de magnificar o Senhor, nosso Salvador. Não podemos estar sempre cantando, mas podemos estar sempre cheios de gratidão, que é o tecido com o qual os verdadeiros salmos são compostos. (C. H. Spurgeon)

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