quarta-feira, 28 de junho de 2023

Extrema Unção


A cura dos enfermos foi um dom que nosso Senhor concedeu aos apóstolos, e que cessou com a morte deles. Depois de ele haver cessado, alguns hereges conservaram o uso da unção, imitando, provavelmente, o costume referido por Tiago 5.14. Aqueles que acabavam de se banhar, assim como os atletas ao entrarem na arena, eram ungidos com óleo. Os cristãos, imitando esses costumes, untavam com óleo os que eram batizados, visto haverem sidos purificados e estarem preparados para lutar contra o mundo. Essa unção não fazia, todavia, parte do sacramento. Os hereges valentianos arrogaram-se o dom dos apóstolos, e ungiram seus moribundos com óleo. Essa unção, que era acompanhada de orações, contribuía, segundo eles, para a salvação da alma e não para a cura do corpo. Semelhante superstição não fez prosélitos senão nessa seita herética. Inocêncio I, em sua carta a Decênio, bispo de Eugúbio, refere-se ao costume de ungir os enfermos com óleo, o que, segundo ele, deveria ser feito, não só pelo sacerdote, como por todos os fiéis, vendo-se por aqui que ainda não era abertamente considerado como sacramento. O costume generalizou-se depois, e nesse ano, isto é, em 528, Félix IV, bispo de Roma, juntou-o a outras cerimônias cristãs e instituiu o rito da extrema unção, declarando que todos aqueles que estivessem in extremis deviam ser ungidos. As cerimônias foram, com o decorrer do tempo, crescendo em numero, e por fim, passados muitos anos, a extrema unção entrou na categoria de sacramento. A origem desse pretenso sacramento tem de ser, de certo modo, procurada no paganismo. (Carlos H. Collette)

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