Na língua hebraica do Antigo Testamento ela é apresentada por meio de uma palavra que significa cobrir. Em relação a essa cobertura, há três considerações a serem notadas especialmente: (1) é em referência ao pecado que a cobertura acontece; (2) o efeito dessa cobertura é a purificação e o perdão; (3) é diante de Deus que ambos, a cobertura e seu efeito, acontecem (cf. espec. Lv 4.35, 10.17, 16.30) Isso significa que o pecado cria uma situação em relação a Deus; uma situação que torna a a cobertura necessária. É nessa referência em relação a Deus que o pecado e a cobertura deve ser plenamente apreciados. Pode ser dito que o pecado, ou talvez a pessoa que pecou é coberto diante do Senhor. Na concepção do Antigo Testamento não há outra construção que possa ser estabelecida sobre essa provisão do ritual sacrificial senão aquela na qual o pecado evoca santo descontentamento ou ira de Deus. A vingança é a reação da santidade de Deus contra o pecado e a cobertura é o que proporciona a remoção do santo descontentamento que o pecado evoca. É óbvio que somos elevados ao limiar daquilo que obviamente é denotado pelos termos gregos traduzidos tanto no Antigo quanto no Novo Testamento, a saber, a propiciação. Propiciar significa aplacar, pacificar, satisfazer, conciliar. É essa ideia que é aplicada à expiação consumada por Cristo.
John Murray
Nenhum comentário:
Postar um comentário