“Portanto, eis que cercarei o seu
caminho com espinhos, e levantarei um muro contra ela, para que ela não ache as
suas veredas. Ela irá em seguimento de seus amantes, porém não alcançará;
busca-los-á, sem, contudo, os achar; então, dirá: Irei e tornarei para o meu
primeiro marido, porque melhor me ia então do que agora” (Os 2.6-7).
Este é um parênteses
misericordiosos em uma passagem repleta de ameaças.
I.
O CARÁTER OBSTINADO DE MUITOS PECADORES
1.
Os meios comuns perderam seu objetivo. Os pormenores
são apresentados nos versículos anteriores; e depois lemos “portanto”:
mostrando que, por causa de fracassos passados, o Senhor estava para tentar
outras medidas.
2.
Os meios extraordinários deveriam ser usados
agora.
3.
Mesmo esses meios falhariam. Os homens pulam por
sobre as cercas, escalam os muros, para chegar aos seus pecados queridos.
4.
Só o poder divino pode ser aqueles a quem nem a
cerca nem o muro detêm, a menos que Deus também esteja ali, em onipotência da
graça!
II.
OS MEIOS QUE DEUS USA PARA RECUPERÁ-LOS
1.
Agudas aflições: “Eis que cercarei o seu caminho
com espinhos”. Muitos são provados e levados a pensar, mediante o sofrimento.
2.
Dificuldades intransponíveis: “e levantarei um
muro”. O Senhor de amor põe paradeiros eficazes, na estrada daqueles a quem ele
quer salvar.
3.
Perplexidades que cegam: “Para que ela não ache
as suas veredas”.
4.
Fracassos totais: “Ela irá em seguimento, porém
não os alcançará”.
5.
Amargos desapontamentos: “buscá-los-á, sem
contudo, os achar”.
Esses severos castigos, com frequência, são úteis no
primeiros dias de impressão religiosa; são a aradura antes da semeadura.
III.
O RESULTADO ABENÇOADO, AFINAL ALCANÇADO
1.
A lembrança é despertada: “Melhor me ia”.
2.
Extorquida confissão de perda lamentável:
“Melhor me ia então do que agora”
3.
Resolução tomada: “Irei e tornarei”.
4.
Afeição incitada: “Tornarei para o meu primeiro
marido”.
Voltemos para o Senhor, antes que ele use espinhos
para deter-nos.
Voltemos já estamos cercados, consideremos os nossos
caminhos.
“Cercarei o seu caminho”. Há a cerca de proteção, para
que o mal se afaste deles; e a cerca da aflição, para que se afastem do mal. A
cerca de proteção vocês a têm em Isaías 5.5, onde Deus ameaça tirar a sebe da
sua vinha; de Jó se diz que Deus o cercou de todos os lados. Mas a cerca
mencionada aqui é a cerca da aflição. “Cercarei o seu caminho”, isto é, trarei
sobre vocês chagas e pesadas aflições para os guardarem do mal.
A consciência ferida é uma cerca de espinhos; mas esta
cerca espinhosa conserva nossos espíritos rebeldes no verdadeiro caminho, os
quais, de outro modo, estariam desgarrando-se; e é melhor ser mantido no
caminho certo com arbustos espinhosos do que perambular sobre leitos de rosas,
num caminho que condiz à perdição (Thomas Fuller).
Um jovem ministro nos Estados Unidos, popular e mui
bem sucedido, viu-se envolvido nas malhas da infidelidade, deixou o púlpito,
filou-se a um clube de infiéis, e escarnecia do nome que pregara a outros como
salvador do mundo. Adoeceu, porém, e estava em seu leito de morte. Seus amidos
reuniram-se em torno dele e tentaram consolá-lo com suas teorias frias e
geladas, mas em vão. Voltou-lhe o antigo pensamento – a antiga experiência veio
perante ele. E disse: Mulher, traga-me meu Testamento Grego“.
Em seu leito, voltou-se para o décimo-quinto capítulo da primeira
epístola aos Coríntios. Quando terminou a leitura do capítulo, grandes lágrimas
de júbilo lhe rolavam pela face. Fechou o livro e disse: “Mulher, volto,
finalmente, à antiga Rocha, para morrer”.
(C. H. Spurgeon)
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