Os relativistas frequentemente apontam para a conversa questão do aborto para demonstrar que a moralidade é relativa. Alguns acham que o aborto é aceitável, enquanto outros pensam que ele é homicídio. Contudo, o simples fato de existirem opiniões diferentes sobre o aborto não torna a moralidade relativa.
De fato, em vez de fornecer um exemplo de valores morais relativos, a controvérsia sobre o aborto existe porque cada lado defende o que acha ser um valor moral absoluto: proteger a vida e permitir a liberdade (i.e., permitir que uma mulher "controle seu próprio corpo"). A controvérsia dá-se em relação a quais valores se aplicam (ou assumem precedência) à questão do aborto. Se os não nascidos não fossem humanos, então o valor pró-liberdade deveria ser aplicado na legislação. Contudo, uma vez que o não nascido é um ser humano, o valor pró-vida deveria ser plicado na legislação, pois o direito de uma pessoa à vida sobrepõe-se ao direito de outra à liberdade individual (o bebê não é simplesmente uma parte do corpo da mulher; ele tem seu próprio corpo, com seu código genético único, seu próprio tipo sanguíneo e seu gênero). Mesmo que houvesse dúvidas quanto ao momento em que a vida se incia, o benefício da dúvida deveria ser concedido à proteção da vida (...)
Naturalmente, a maioria das pessoas, lá no fundo do coração, sabe que uma criança não nascida é um ser humano e, portanto, sabe que o aborto é errado. Mesmo alguns ativistas favoráveis ao aborto estão finalmente admitindo isso. Desse modo, no final das contas, esse desacordo moral não se dá porque a moralidade é relativa ou porque a lei moral não seja clara. Esse desacordo moral existe porque algumas pessoas estão suprimindo a lei moral com o objetivo de justificar aquilo que elas querem fazer. Em outras palavras, o apoio ao aborto é mais uma questão da vontade do que da mente.
(Norman Geisler; Frank Turek. Não tenho fé suficiente para ser ateu. p.191-192)
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