Os cristãos não se distinguem dos
outros por suas terras, sua língua ou seus costumes. Não vivem em cidades
próprias, nem falam uma língua estranha, nem se separam dos demais por seu
estilo de vida, [...] antes, ao viverem em cidades gregas ou bárbaras, conforme
lhes tenha sido possível, se unem aos outros com relação ao vestuário, à
alimentação e ao modo de vida, e dão demonstrações de um comportamento
particular que é admirável e a todos surpreende. Eles vivem em sua terra, mas
como peregrinos. Participam de tudo como cidadãos e, no entanto, sofrem como
estrangeiros. Toda terra é sua pátria, e nenhuma terra é deles. Eles se casam e
têm filhos como quaisquer outras pessoas, mas não abandonam os recém-nacidos
como elas o fazem. Compartilham a mesma mesa, mas não o leito. Estão na carne,
mas não vivem segundo a carne. Vivem na terra, mas a sua cidadania está no céu.
Obedecem às leis, mas as ultrapassam como sua conduta. Amam a todos. E todos os
perseguem. Não os conhecem e, no entanto, os condenam. Matam-nos e, desse modo,
lhes dão a vida. São pobres e, ainda assim, tornam ricas muitas pessoas.
Falta-lhes tudo e, entretanto, têm tudo.
GONZÁLEZ. Justo L. Uma breve história das doutrinas cristãs. P.70-71
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