quinta-feira, 14 de setembro de 2017

A porta (Esboço de C. H. Spurgeon)

“Eu sou a porta. Se alguém entrar por mim, será salvo; entrará, e saíra, e achará pastagem” (Jo 10.9)
Nosso Senhor apresenta-se de modo mui condescendente.
As mais sublimes e poéticas figuras não têm a mínima glória para descrevê-lo; ele, porém, escolhe as figuras simples, que as mentes mais modestas podem apreender.
Uma porta é um objeto comum. Jesus queria que pensássemos nele com frequência.
A porta de um aprisco é a mais rústica forma de porta. Jesus condescende em ser qualquer coisa, contanto que possa servir e salvar o seu povo.

I.  A PORTA. NESTA ILUSTRAÇÃO TÃO FAMILIAR, VEMOS –

1.       Necessidade. Suponhamos que não houvesse nenhuma; nunca poderíamos ter acesso a Deus, paz, verdade, salvação, pureza ou céu.
2.       Singularidade. Há somente uma porta; não nos cansemos, procurando outra. A salvação se obtém, entrando-se por essa porta, e por nenhuma outra (At 4.12)
3.       Personalidade. O próprio Senhor Jesus é a porta. “Eu sou a porta”, disse ele; não cerimônias, doutrinas, profissões, realizações, mas o próprio Senhor, nosso Sacrifício.

II.    OS USUÁRIOS DA PORTA

1.       Eles não são meros observadores, ou pessoas que batem à porta, ou se assentam diante dela, ou guardas que marcham para cá e para lá, à sua frente. Mas entram  por fé, amor, experiência e comunhão.
2.       São pessoas que possuem a qualificação única: entram  de verdade. A pessoa é “alguém”, mas a distinção fundamental é a entrada.
3.       Uma porta visivelmente marcada como A PORTA, naturalmente de ser usada. O notável anúncio de “Eu sou a porta”, e as promessas especiais que o acompanham, constituem o mais liberal convite que se possa imaginar.

III.   OS PRIVILÉGIOS DESSES USUÁRIOS

1.       Salvação. “Será salvo”. De imediato, para sempre, completamente.
2.       Liberdade. “Entrará e sairá”. Não é uma porta de prisão, mas uma porta para o rebanho, cujo Pastor dá liberdade.
3.       Acesso. “Entrará”, para pleitear, para ocultar-se, para buscar camaradagem, instrução, alegria.
4.       Saída. “Sairá”, para serviço, progresso, etc.
5.       Nutrição. “E achará pastagem”. Nosso alimento espiritual se acha mediante Cristo, em Cristo e em torno de Cristo.

Stern, estadista alemão, descreveu deste modo a obra da Reforma: “Graças ao céu, o Dr. Lutero tornou a entrada para o céu um tanto mais curta, ao demitir uma multidão de porteiros, mordomos e mestres de cerimônia” (John Bate).
Não podemos sair de casa ou a ela retornar, sem toparmos com algum lembrete ou símbolo de nosso Senhor. Tão perto quanto ele está no símbolo, assim está ele da realidade (C. H. S.).
Não há meia dúzia de saídas de nosso pecado e miséria – nem mesmo uma escolha de caminhos sobre as montanhas íngremes e os desolados lugares de desperdício desta vida mortal, de maneira que, por qualquer deles possamos, afinal, alcançar o céu; mas há somente um caminho.

Mas, se este é o caminho único, do mesmo modo é um caminho perfeitamente seguro. Via única, via certa é um provérbio latino em que essa verdade está formulada, de maneira mui convincente (Deão Howson).

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