quarta-feira, 9 de março de 2016

Uma breve análise sobre o estresse elevado e o exercício pastoral
Dificuldades, problemas e decepções no trabalho são normais, contudo deve-se ficar alerta quando tais dificuldades, problemas e decepções começam a afetar em demasia a vida do trabalhador. Pois, quando isso começa a acontecer o passo seguinte, se a situação não for administrada com sabedoria e cuidado, é o estresse elevado, este por sua vez é nocivo à saúde. Este tipo de stress, diferentemente do moderado que mantém o homem alerta, tem alcançado muitos trabalhadores, e conduzido os mesmos a se afastarem de suas atividades.
O stress elevado e nocivo à saúde pode acometer um indivíduo dependo da frequência a que este é submetido à tensão, da intensidade da tensão a que é submetido, bem como da duração da tensão. Tendo estes fatores em mente, não seria nenhum exagero dizer que os ministros religiosos são alvos fáceis para o stress elevado.
Os pastores estão diuturnamente expostos a uma série de cobranças e exigências. Os pastores são cobrados pelos membros de suas respectivas igrejas, que desejam a presenças do ministro em inúmeras ocasiões. São cobrados pelo conselho de suas igrejas, que via de regra deseja o crescimento vertiginoso da mesma. O pastor e cobrado pela sociedade, que espera que o o líder eclesiastico seja perfeito e acessível em todos os momentos e lugares. Além destas cobranças, pesa sobre os ombros dos pastores as cobranças que ele próprio faz a si, uma vez que ele deseja e busca dia após dia ser um bom pastor.
Como se o que expomos acima não fosse o suficiente para transformar os pastores uma alvo fácil para o estresse, devemos nos lembrar que os pastores ainda enfrentam as cobranças, presbiterais, sinodais e de certa maneira as pressões familiares.
Se acrescentarmos a este quadro a sobrecarga de trabalho e a falta de tempo para o descanso, temos uma receita quase infalível para o acumulo de stress elevado. Pois toda a cobrança que mencionamos a pouco, somada às exigências das atividades pastorais e misturadas às situações variadas de emoções a que o pastor é submetido no dia a dia o conduz a experimentar altos graus de tensão que diversas vezes são ignorados e colecionados até o ponto que se manifestam como uma forma de stress insuportável.
Como podemos identificar se estamos à beira de stress elevado? Provavelmente esta deve ser a primeira pergunta que virá na mente daqueles que lerão este ensaio. A especialista em Teoria do stress pelo Instituto Paulista de stress, Eunice Pedroso de Moraes Assumpção, nos auxilia a responder este questionamento, pois declara que o estresse manifesta-se na vida pessoal dos pastores através dos seguintes sintomas: “isolamento, falta de tempo para a família e sentimento de culpa por esse motivo, problemas de saúde, falta de privacidade, pressão econômica.” Já na vida ministerial ela ressaltou a:
“falta de ser pastoreado, solidão, sensação de ser sempre observado, medo de se expor, administração eclesial, falta de amizades profundas, desconfiança entre os pares, disputa pelo poder, preparo inadequado no seminário no aspecto de relações humanas, com muito academicismo, fora da realidade encontrada das igrejas.[1]
            A segunda pergunta, que surgirá na mente dos leitores deste trabalho é: “Como posso fugir do estresse elevado e dos seus efeitos malignos?” Respondemos à esta pergunta com o que batizamos de “3D”, isto é:

1.    Descanse em Deus.
       Jesus é o bom Pastor, ele é o Supremo Pastor, e convida a todos os cansados e sobrecarregados a irem a ele para encontrarem alivio de seus fardos pesados (Mt. 11.28). Assim sendo, o primeiro e mais importante meio dos homens fugirem de um estresse elevado é buscando o alivio de suas cargas em Deus, e se aquietando e confiando naquele que conhece as nossas fraquezas e que vem em nosso auxilio quando clamamos com sinceridade.

2.    Descanse com a família
Os pastores devem estar atentos aos períodos de descanso que podem planejar e gozar com a suas famílias. O aconchego familiar é terapêutico, portanto o pastor deve planejar as suas férias com antecedência, a fim de gozar o máximo da companhia dos seus entes queridos. Outra excelente ferramenta para fugir do estresse elevado é sair com a família para o parque, cinema ou clube no dia de folga e feriados.

3.    Descanse através de atividades físicas
As atividades físicas praticadas com regularidade e moderação são excelentes para o bem estar físico e mental. Os seus efeitos físicos podem ser percebidos através da redução da porcentagem da gordura corporal, redução da pressão arterial em repouso, o melhoramento da diabetes. Quanto aos seus efeitos mentais, a prática dos exercícios físicos regulares ajuda a regular o sistema nervoso e melhora no fluxo de sangue para o cérebro.[2]




[1] O STRESS NO MINISTÉRIO PASTORAL.  Entrevista com Eunice Pedroso Moraes Assumpção. Publicado em 17.05.2006. Disponível em: http://www.institutojetro.com/entrevistas/o-stress-no-ministerio-pastoral/

[2] Quais os benefícios da atividade física? Postado Terça –Feira, 1 de Janeiro de 2008.   Disponível em: https://www.portaleducacao.com.br/esporte/artigos/3243/quais-sao-os-beneficios-da-atividade-fisica

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